A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia em criticar a Igreja Católica, muitas vezes ofendendo padres e freiras. Criticava também a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador, como neste soneto:
- A cada canto um grande conselheiro.
- que nos quer governar cabana, e vinha,
- não sabem governar sua cozinha,
- e podem governar o mundo inteiro.
- Em cada porta um freqüentado olheiro,
- que a vida do vizinho, e da vizinha
- pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
- para a levar à Praça, e ao Terreiro.
- Muitos mulatos desavergonhados,
- trazidos pelos pés os homens nobres,
- posta nas palmas toda a picardia.
- Estupendas usuras nos mercados,
- todos, os que não furtam, muito pobres,
- e eis aqui a cidade da Bahia.
Em honra do poeta, o título Boca do Inferno foi adotado para as crónicas humorísticas de Ricardo Araújo Pereira, outro humorista português.
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